➸ Mulher Vermelha ♥

Cada vez que escrevo um bom poema é mais uma moleta que me faz seguir em frente.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

[dos textos que ficaram guardados - parte 9]

Meu querido, todos dizem que o amor transforma, é eterno, tudo suporta. Me questiono se esta não foi uma fábula para nos tornar mais resistentes. O amor não deveria transformar alguém, mudar seus interesses, prender correntes em seus pés e colocar viseiras em nossas mentes. O amor devia nos fazer transcender. Eu pensei que podíamos viver sem amor, sem paixão, com a decisão correta e bem tomada através da racionalidade. Eu pensei que podia viver sem a droga que move minha alma. Eu pensei que podia viver sem escrever, que de fato era um erro. Mas então, eu seria um erro? A espontaneidade dos atos movidos pelo calor e pela fé me fazem falta. Que saudade de uma cerveja que levava a um toque. Que saudade de um beijo depois de toda a tensão de um dia. Que saudade de sentir escorrer todo o desejo por entre meus dedos. Os dias não tem sido fáceis, não tem sido bonitos, tem sido de acúmulos e esquecimentos. Eu só queria que fosse leve, que fosse espontâneo e que o amor não machucasse. Será que é possível?  


r.

[dos textos que ficaram guardados - parte 8]

A boca dela ,

... que antes era vermelha, ultimamente anda roxeada. Talvez seja o vinho, o frio, ou só tudo que está guardado nessa garganta. O mundo está mudando e os desafios tem exigido demais desse coração mole. Exigido mais frieza, mais silêncio, mais sentimentos guardados. Exigido paz de espírito para enfrentar o caos. Mas, querido, ela é o caos. 

r.

[dos textos que ficaram guardados - parte 7]

 O problema...

... nessa equação toda sou eu. Ou não? Talvez esse seja meu maior tormento. Eu de fato tenho motivos para estar sentindo todas essas coisas? Ou só estraguei tudo de novo? Eu sempre sou o problema? Eu devo ser mais submissa? Eu devo me esforçar pela outra parte também? Eu não sei. Só sei que meu coração tá apertado e cheio de vontade de abraçar meus amigos, de tomar uns drinks com eles e falar mal das andanças da vida. Sei que o fardo tá pesado e que eu cansei de podar meus desejos. Sei que é complicado não poder ser você mesma de dia, de noite, a qualquer tempo. É complicado ter que pensar no que você vai falar até pra pessoa mais próxima. É complicado chegar no ponto de achar que o problema é você mesma. Estou lutando pra permanecer sã, sem válvulas de escape prejudiciais. Eu vou conseguir, já estou.  


r.

[dos textos que ficaram guardados - parte 6]

Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas. Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda-roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje já é outro dia. 

  

Caio Fernando Abreu 

[dos textos que ficaram guardados - parte 5]

 Hey 

  

Menino, eu queria te dizer tanta coisa, queria te explicar cada desejo profundo da minha alma e do meu corpo. Mas isso só causaria mais dor, e o amor não deve doer. Por isso, guardo aqui no meu peito tudo que ansiava te falar. Neste momento, só o tempo pode nos ajudar, só a fé de que as coisas encontrarão seu lugar e de que amor atrai amor é que poderão nos manter. Acima disso, eu não quero te machucar. Sim, você. Porque eu já estou, essa consciência maldita de como deveria ser e essa alienação que não me atinge, doem, mas eu sigo. Eu não quero te fazer doer, porque você simplesmente não merece. Você sempre foi amor, você sempre foi paz, sempre foi apoio. No seu silêncio eu encontrei meu acalanto. E hoje, tudo que eu mais desejo é que possamos viver a integridade disto. Sem pressa, sem máscaras, sem motivos pra não emendar uma noite em três, ou quatro. Eu quero antes de tudo viver o que deixamos pra trás nestes dias todos, a paz do encontro, uma conversa jogada fora e cheia de riso. Eu quero estar com você, e saber que você também quer. Aliás, você quer? O teu silêncio sempre deu caminhos demais pras minhas palavras, caminhos demais pros meus sonhos. Eu só preciso de uma resposta.  


r.

[dos textos que ficaram guardados - parte 4]

 Eu não sei se ele sabe o que fez, quando fez o meu peito cantar outra vez 🎶 

  

Era como um impulso após o choque do desfibrilador


, o que te move a partir daí. Era como uma dose de cocaína injetada diretamente na veia do coração, mas com a sabedoria do tempo espaço. Era tudo que fazia minha inspiração aflorar, meus dias terem o ar melancólico das paixões. Era, é. É como se as letras de Caetano e Chico encontrassem sentido em cada verso, em cada sentir. O amor mais singelo e revolucionário de todos. E meu maior medo era que acabasse, que o tempo tomasse, que a vida desgastasse. O amor que deu sentido, ir embora. Eu não queria nunca mais deixar de sentir o que meu peito sente agora, deixar de amar como meu corpo quer amar agora. Eu só queria você e uma cerveja gelada. 

 

r.

[dos textos que ficaram guardados - parte 3]


Por que você demorou tanto tempo pra dizer em voz alta? Por que você não disse antes? Por que você não acreditou em tudo que um dia eu falei? O eu te amo nunca foi uma mentira, mas era uma dor dentro de todas as impossibilidades. Você foi embora muitas vezes, você não estava ali quando o peito doía, quando tudo que o corpo queria era o quente do seu. É aquela velha história do que poderia ter sido, dos capítulos escondidos, dos sonhos não usufruídos. Apesar de tudo, te ter eventualmente ainda era melhor que não ter. Não era como substituir um sentimento, não. Era como inundar todos os sentimentos e não sentir falta de mais nada. Mas você foi, e eu achei que não ia voltar. Você voltou? E disse que era por mim que sentia essa dor de saudade? Isso mesmo, perguntas. Não sei como interpretar as respostas. Só consigo pensar na raposa do Pequeno Príncipe, você lembra?   

  

“Se tu vens, por exemplo, as quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz.” 

[dos textos que ficaram guardados - parte 2]

 “Fica até mais fácil respirar” 

  

O que me acalma é saber que a vida não acaba agora, neste minuto. O que me acalma é saber que já são 10 anos e as coisas não mudaram, pelo menos não aqui. O tempo nos fez bem, a distância nos fez melhores.  Talvez esse seja o motivo de ainda darmos valor pra tudo isso, talvez por isso cada momento nosso tenha ficado gravado. Eu lembro de quando ainda escrevia pelo futuro, pelos desejos. Hoje escrevo de saudade. Saudade boa, saudade que fica guardada  por anos, mas que fica aqui. Só te ver e ela faz todo sentido. Agora os sonhos futuros são outros, sem essa de vodka barata e lençol amassado, eu quero a cerveja gelada e a areia da praia entre nós, só.  

 

r.

[dos textos que ficaram guardados - parte 1]

 Você pode, 

  

... achar que o corpo não é nada e que o sexo é superestimado. Mas acho que não sabe o quanto eu te quero. Eu te amo há 10 anos. Eu só te amo. Eu só tenho vontade que esse tempo passe e que estejamos só nós. Eu e você, no tempo espaço. Eu quero te amar sem pressa, sem hora pra acabar. Eu te quero. Como quem quer o amor livre. Como quem quer uma stella gelada e fria, cheia de paz. Eu quero um quarto nosso, um por do sol na praia, o vídeo game e eu de calcinha pela casa. Eu quero te ligar e falar que acabou, você não sabe o quanto. Perguntar em que canto do mundo você está, se posso aparecer, ficar uns dias.  Tenho medo do futuro, do que pode vir depois que toda essa vontade for consumida. Medo de você não ter mais vontade. Medo de nós. 


r.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Liberdade


 Que saudade,

.das ruas, do tempo gelado e quente ao mesmo tempo. 


.das luzes, que brilham o olho e aquecem a alma.


.do calor da bebida, do corpo, da esperança em viver dias melhores.


.dos sonhos que permeavam essas cidade, esse Centro, essas estações.


.de mim, que era outra, talvez mais inocente e feliz, mas não mais fascinada pelos mistérios que este bairro trás. 


.Liberdade, o que seria de mim sem você, que tanto trouxe e tanto mais me deu?


ROR





Essas palavras que eu escrevo, me protegem da completa loucura.