Era engraçado começar um ano sem emoção alguma. Sem ansiedade, sem esperança, sem amor. Engraçado, mas doído. Pior ainda ver que a impressão ruim ficara pra ti. Culpa dela a falta de compreensão, de paciência. Ele era o anjo batalhador e ela a tentação paranóica. Ele não tinha participação nenhuma na que da paixão, do desejo, das esperar. Esta era a impressão que ficava, ela não tinha a capacidade de entender. Não sabia para onde tinha ido o amor que sentiam, ele sempre virava o jogo. Será que pensava que era fácil querer tê-lo e não poder? Estar juntos só quando cansados? Não amá-lo? Sentia saudade, falta, e ele não a queria suprir. Estava a mercê e ele ainda pedia compreensão. Só queria ser digna de ser lembrada, querida, desejada, amada. Saber que ele tinha vontade dela, apesar de tudo. Mas já não era assim, tornara-se a agonia dele, o peso de suas esperas. Restava agora - tentar - ir em frente, ser feliz com o que ainda lhe pertencia. A saudade era grande, o amor também, mas nenhum dos dois superava a dor de saber que era a pedra em seu sapato, seu tropeço, que ele não a esperava da mesma maneira que o esperava todas as manhãs, tardes e noites, em cada hora de seus dias. Por que acreditava, ainda, que ele quisesse se apaixonar por ela e conquistar aquele coração que ainda era seu.
rot
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Manifestos