Letras, Jornalismo, pensou em política, escolheu pelo direito. Mas sonhava com a História, com a Música - e muito raramente - com a Matemática. Ela tinha todos os sonhos do mundo guardados naquela cabeça tímida, tinha a coragem de um exército pra viver, por mais que a preguiça viesse. Se cansava das pessoas sem estímulo, sem astúcia. Como escolher direito e não amar ler? Como querer viajar sem entender a cultura do outro? Não entendia a capacidade do ser humano de se desumanizar ignorando sua racionalidade. Ela não queria ter nada, não estava ali pela casa com piscina daqui dez anos, ou ainda pelo salário de cinco mil reais em algum escritório. Estava ali porque amava a causa humana, o ser, o dever ser. E era isso que queria, ser a menina de seus sonhos adolescentes que um dia, ou em muitos, conheceu o mundo, a vida, e o Direito de todos os povos.
Renata Oliveira