No amor a ideia de uma relação perfeita só feita de prazer e de coisas boas é tão prejudicial quanto a ideia de 'príncipe encantado'. Nas duas a crença equivocada de uma felicidade possível sem contra-tempos, a primeira projetada nessa fantasia histérica da modernidade de prazer sem limites e sem comprometimento pessoal suficiente. A segunda lançada na figura de que alguém, vindo de fora de nós mesmos, capaz de nos salvar dos dissabores da vida e nos dar a felicidade eterna.
Obviamente nada disso se realiza. Não existe nada mais trabalhoso do que a felicidade, e principalmente a felicidade no amor.
É preciso atravessar o pantanoso rio do autoconhecimento, repleto de emoções contraditórias, desejo de dependência e liberdade, traumas, amor e ódio, angustia de separação e fantasmas de rejeição para só então encontrar, quem sabe, alguém disposto a comprometer-se também com nossa sombra e trilhar junto o caminho disso que chamamos amor.
Porque quem ama apenas sua luz, ama pela metade.
Andréa Beheregaray.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Manifestos