Esses dias eu lembrei de dez anos atrás, uma adolescente com licor barato e remédios pra manter suas noites. Noites em claro, dias nublados. Lembrei do quanto cheguei a escrever e de como tudo aquilo era insuportavelmente intragável, e percebi que crescia quando notei que já não escrevia tanto. Escrever se tornou uma questão problemática ao longo do tempo, pros que não entendem o quanto é necessário na vida de alguém que tem tanto a falar e ao mesmo tempo, nada. Escrever se tornou motivo de julgamento, de contradições, de indiretas. O que ajudava a me entender, se tornou ferramenta de pressão e questionamentos externos. Hoje eu só escrevo assim, quando a consciência do fato vem e eu entendo plenamente o que me aflige. Eu até que gostava do hipocondrismo relacionado ao álcool, mas acabei por entender que não fazia bem pro meu corpo. Eu amava escrever sobre tudo o que me tirava as noites, mas compreendi que as noites em branco foram feitas pra refletir o que a vida me dava. O meu hobby, virou válvula de escape mental. Hoje as palavras são o produto de todo meu esforço mental e emocional pra ser melhor e agir de forma menos impulsiva, apesar de que (confesso), a nostalgia dos velhos tempos me toma nestas noites de chuva. Tenho tanto a dizer, não sei por onde começar...
r.
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