Eu tinha ele guardado com chave, cadeado e senha de oito dígitos que incluíam letras e números. O tinha deixado ali pra poder relembrar quando quisesse, quando doesse mais. Mas o tempo levou, o tempo apagou. Hoje ele não é mais nada. Não existem mais fotos, não existem mais cartas, não existe mais nada que o traga. A não ser aquele velho coração. Ele ainda pode se recordar, mas de mim, até esse direito foi tirado. Valia muito, eu precisava daquilo. Tinha sido a melhor parte de mim, a melhor fase da minha vida. Quase injusto me tirarem o poder da recordação, à força. Mas eu preciso da lembrança dele, da lembrança boa, do sorriso, da emoção e estes permanecerão. Era parte de mim, a melhor, e ainda é.
rot
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