Meu problema sempre foi querer ações, o dele, nunca entender as minhas ações e só prestar atenção nas palavras. Eu dizia que não com a língua, e que sim com os lábios no dele. Eu dizia que tinha ido, estando ao lado. Eu dizia que o fim já tinha passado, abraçada aos seus braços. Ele preferiu me ouvir, não me ver. Ele preferiu desconfiar de mim, e não olhar o quanto eu era leal. Ele preferiu questionar enquanto eu montava álbuns, planejava viagens e pensava no nome do nosso cachorro. Ele preferiu me julgar, enquanto eu esquecia nosso passado. Ele preferiu me ofender, enquanto eu só quis amar. Até que um dia eu preferi estar comigo, preferi me amar, e preferi organizar meu futuro. E ele, mais uma vez, entendeu minha paz como agressão e me magoou. Aguentei muitas mágoas, de muitas pessoas. Aguentei decepções incontornáveis, das quais nem me lembro mais. E sei que ainda não passei minhas maiores dores, que não perdi minha mãe e que um filho ainda não me decepcionou. Mas como disse Débora Diniz: "a dor do outro não é a minha dor", e eu não posso entender o que ele acha, e ele jamais vai entender meu coração partido. Por isso, quando escrevo, digo adeus a algumas lágrimas (das muitas que virão) e aceito a dor lentamente, a espera do dia em que ela pare de doer. Eu te amei, ainda amo. O amor é engraçado, é dolorido, é sofrido. Mas foi eterno enquanto durou.
Renata Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Manifestos