Cá estou eu, em mais uma noite tórrida, porém quente, quando devia estar dormindo para acordar daqui 3 horas. BUT, estou aqui, conversando com você. Você? Você, do qual já me despedi diversas vezes, ao qual dirigi diversas cartas, e com quem insistentemente eu converso na rua - sozinha. Talvez seja hora de te deixar ir, pelo menos dar uma volta, pra voltar renovado e com conselhos que eu ainda não tenha escutado. Nunca estive tão perto de ser aquela que a adolescente que iniciou este diário, sonhou. 20 e poucos anos, estudante frenética, ébria, apaixonada, respirando poesia e sexualidade, só falta a independência. Mas este ano ela vem! É por isso, meu querido, acho que você deva passear por uns meses. Eu sofri sim, eu amei? Muito. Tive um amor, tive imensas paixões. Descobri que a loucura de amar pra sempre, não é pra sempre que dói. Descobri a escolha de fazer o que eu quero, de sair de situações que me doam, e de empenhar meu tempo no que - pelo menos - me dê prazer. Se tivesse sido diferente, não seria eu. Se teria feito diferente? Talvez. Mas não trocaria meus sorrisos de conquistas, meus orgasmos, porres e todas as "primeira vez" que tive, por outra adolescência. Pois é, chegamos ao ponto que demorei pra aceitar, mas que nos convém agora. Cresci. Sim, dolorosamente. Mas, "I do". Por diversas vezes escrevi que ainda me sentia uma menina, e de algumas maneiras ainda me sinto, mas uma menina com o mundo na mão. Fazer o que quero, porque quero. Aproveitar as oportunidades, se entregar. Let it be.
Com amor,
Eu.
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