Não, eu não me esforcei. Eu tinha cansado, eu ando cansada. Eu já tinha empregado todas as minhas forças em pedir perdão, em fazer diferente e em mostrar quem eu era. Você me conhece, tão bem quanto eu te conheço, mas você não contou com o fato de que eu não era a mesma dos primeiros dias, eu já não me flagelaria só pra te manter ao meu lado, pra te convencer de que eu era certa pra você. A gente tinha o encaixe perfeito, o timbre perfeito, o encontro perfeito. Mas você preferiu me julgar, preferiu pensar no que não existia, a ver quem sempre esteve do seu lado, a avilar as minhas palavras positivas, minha liberdade, o quanto eu confiava em você. Eu parei de me esforçar no momento em que tomei consciência do que eu sou, de quem eu era, do que eu posso ser. E isso eu tenho que te agradecer, sempre, você me abriu os olhos. Você me fez notar que eu tinha do meu lado alguém que não me compreendia, que não me queria grande, que não me queria feliz, se não fosse ao seu lado, alguém que julgava minhas atitudes em benefício particular como egoísmo, que eu não me bastava, que sempre precisaria de alguém pra me suprir. Você me mostrou que eu nunca quis ninguém enquanto estive com você, mas que agora eu posso querer tudo e qualquer coisa, porque não existe o peso da prisão dos seus braços. Eu posso me levantar, me arrumar e passar a noite toda em um bar qualquer, como também posso nem sair de casa por dias seguidos. Eu não tenho mais o peso de te dever minha companhia, e eu agradeço. Você me mostrou que nunca mais eu devo me esforçar para estar ao lado de alguém, que esforço é obrigação, e que obrigação faz mal. E esse tipo de amor, eu não quero nunca mais.
Rê
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