Todos os anos a mesma pregação, e junto dela a sensação no coração de dor, de erro. Esse ano foi diferente, eu estava lá, mas sem você pra chamar de meu, sem você pra trazer dúvidas ou dores, sem você pra eu me arrepender e querer mudar. Apesar disso, você esteve sempre nos meus pensamentos, e eu te perdoei. Perdoei as palavras de ódio, as chantagens, as manipulações, perdoei sua covardia e como você resolveu me tratar antes, durante e após o fim. Eu te perdoei e compreendi, compreendi que você vem de um berço de traição e não é capaz de confiar, compreendi que o amor e a dedicação que eu demonstrava não eram visíveis aos seus olhos, que a minha liberdade pra você era ameaça, e que a minha opinião era arma contra você. Durante esses dois anos de encontro, eu quis te mudar, quis que mudasse, que confiasse, que aprendesse. Durante este tempo eu insisti, eu aceitei, eu me calei diante de palavras e atitudes que me rasgaram por dentro. Durante esses dois anos eu tentei ser compreensiva, tentei te mudar por Deus, pela ciência, por tudo, eu me tornei vingativa, eu te magoei, eu me fiz mal por te amar demais e querer te provar que nem tudo era do jeito que você pensava. Eu errei, eu voltei, eu parti. Eu tive a certeza de que era pros seus braços que eu voltaria. Mas você não mudou, não cresceu, não se desculpou. Você simplesmente quis a razão, e a desenhou em você. Então, depois de te perdoar, de me perdoar e de compreender o por quê você está ai e eu aqui, eu aceitei. Aceitei que meu caminho não é com alguém que não me aceita e não ama o suficiente pra me entender e me apoiar, aceitei que te amo, mas que esse amor não tem alicerce e não foi muito longe. Aceitei que você não vai mudar, antes você mesmo precisa aceitar que o que vives não é normal. E por fim, aceitei que um dia o amor certo, bonito e avassalador vai chegar, que o que é meu tá guardado, assim como você, que está dentro do meu coração, eternizado por momentos de glória, de dor e agora, de passagem. Que eu seja feliz, que você também, e que quando o seu amor certo chegar você possa tratá-lo bem, aceitá-lo, compreendê-lo.
"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."
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