Talvez a diferença entre amadurecer e envelhecer seja esta: ao invés de só olhar os dias passando, compreender e fazer com que sejam melhores. Há 25 anos eu escuto que não se pode dar vazão à fraqueza, que é preciso fazer tudo ao momento que isso exija, mesmo que custe seu corpo e sua alma. Mas uma alma exausta, magoada, ferida não é capaz de amar, de orar, de descansar. E eu só entendo isso agora, com 1/4 de século. Entendo que preciso cuidar para que meus dias carreguem as proporções necessárias ao esforço, ao desgaste e ao prazer do descanso. Aprendi que preciso me escutar, mais que as imposições sociais e os anseios do próximo. Aprendi da maneira mais dura que as minhas feridas só cicatrizarão quando puderem se fechar calmamente, sem novos arranhões. Isso demanda tempo e reflete em cada parte de mim, no meu rosto, no meu corpo, na minha disposição. É hora de me enxergar.
ROR.
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