➸ Mulher Vermelha ♥

Cada vez que escrevo um bom poema é mais uma moleta que me faz seguir em frente.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Confronto

Já dizia o grande sábio "aquele que não enfrenta o inferno de tuas paixões, tão pouco as supera". E não te superei, não absorvi ainda a perda do meu melhor amigo e amor. E só agora meu corpo, alma e coração corvejem para aceitar que ele já não está comigo. E deixei ele ir. Que preço vale o orgulho? Que preço vale as relações já determinadas? Vale o preço da felicidade. Vale o que você em essência é. Agora, que me encontro sozinha neste salão imenso vejo o quanto valeria estar no sofá de couro tomando sorvete no pote. Agora, que eu tenho que correr atrás sozinha do que me interessa, eu entendo que mesmo longe ele estava lá, e que os dias, mesmo os de sol, serão frios. Hoje vale muito mais um dia de sono, que uma noite de falsos prazeres. Hoje daria tudo pra voltar pro meu lugar e dormir em paz. Hoje, daria tudo pra ter de volta a paz do amor. 

Renata Oliveira

sábado, 27 de setembro de 2014

Who am I?

Aquele não era o meu lugar, não eram as minhas pessoas, não era o meu tipo. Não era o meu vocabulário, o meu cheiro, a minha música. Não era eu. O tempo passou e eu insisti num erro, que já sabia que era erro. Não sou da gíria, da amizade fácil, da zueira. Sou de casa, dos meus sobrinhos, do meu rock, da minha São Paulo. Isso não me define, isso não me representa. Cada dia mais o apto ébrio na Rua Augusta me conquista, os quadros de banda, as garrafas de bebida, os CDs e os livros na prateleira. A cada dia que passa lidar com minha tristeza se torna mais atraente do que fingir uma felicidade ausente. A cada manhã que nasce, a vida me passa pela cabeça, meus pequenos milagres, meus grandes sonhos. Não quero mais perder. Já perdi o que de mais precioso tinha, aquilo que de fato está no meu coração. E ele, ele não vai voltar. 

Renata Oliveira

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

1.8, 1995

E eu que achei que meus 15 tinham sido doídos, e eu que achei que já não tinha mais motivo pra padecer. Esse é só o começo da vida, menina. Essa são só as primeiras dores. Dói como nunca, é um torpor em movimento. Queria dormir sem medo de acordar, acordar sem vontade de continuar dormindo. Queria seguir em frente. Queria estar feliz. Queria ter cumprido meus planos, seguido meus caminhos. Queria, quiz. Hoje nada almejo, apenas o futuro manso e típico. A rotina doída de sempre.

Renata Oliveira

"Queria ter o poder de poder te tirar da memória"

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

"Nele cabe o que não cabe na dispensa"

Engraçado como age o coração quando um sonho é morto, quando uma paixão ardente é afogada.Mesmo desejando veementemente acreditar no sonho, a dor faz toda a fantasia se diluir. Foram dias de extrema felicidade, alegria insólita mas volúvel. Sonhar é facil, planejar mais ainda, viver o que se quer é que é dificil. Sinto saudade da lembrança do desejo de ser uma jornalista literária bêbada largada numa kit net do centro. Sinto saudade dos cheiros, dos perfumes e de tudo que me pareceu tão concreto por um tempo. Assim como outrora, agora sinto saudade de mim. Mas o tempo é sofrido, se passa rápido, se não passa, ele simplesmente dói. Resta o desafio de não ceder desta vez, de sair na rua nos dias de sol até com o corpo calejado de dor e o coração móido de amor.

Renata Oliveira



Essas palavras que eu escrevo, me protegem da completa loucura.