➸ Mulher Vermelha ♥

Cada vez que escrevo um bom poema é mais uma moleta que me faz seguir em frente.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

guardei minha dor no bolso, fui

eu nunca entendi por quê a morte chega assim, tão de repente e sorrateira. talvez seja mais fácil lidar com a dor assim, no susto, do que vivenciá-la todo dia um pouco. meu coração chora só de pensar na dor do meu amigo, na dificuldade pra voltar a rotina, a vida. na dificuldade pra aprender a viver de novo. é como perder as pernas e voltar a ser um bebê. como viver sem aquele que te ensinou a andar? como viver sem aquele que te daria os mais importantes conselhos? a morte é tão absurda que ela não espera o momento certo, não se encaixa na nossa agenda de compromissos. a dor fica entalada esperando você poder vivenciá-la, mas no final, nunca vai poder.

rot.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

renata

Demorei um tempo pra entender o quanto eu precisava cuidar do meu corpo se quisesse aproveitar os meus momentos sem dor. Quantas idas a hospital antes de viagens e passeios eu tive que vivenciar até compreender e respeitar que tudo tem seu limite. Hoje meu corpo tem voltado a sua forma e meu espírito tem cuidado mais de mim. Hoje a Renata dos exageros, logo aquela, já não faz mais parte da minha rotina. E quem diria que isso só me traria paz. Durante todo esse tempo eu pensei em formas de descrever como me encontrei nesse caminho meio esquisito, mas acredito que como todos os outros campos, o cansaço me trouxe até aqui. Eu cansei de insistir no que me fazia mal, cansei de ter que lidar com a dor pra ser feliz, e então eu fui feliz. Auto mutilação não leva ninguém a lugar nenhum, o cuida-se primeiro é bem verdade.

ROT

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Cure-se!

Amar se aprende amando e os descaminhos do amor fazem parte da trajetória do aprendizado amoroso. Experiências amorosas ruins podem nos ensinar ou traumatizar, podemos evoluir com elas, regredir ou paralisar. Podemos melhorar quem somos, ou piorar infinitamente. Experiências ruins nos ensinam quais são as ciladas e as cenas que não devemos repetir, mas repetimos.O inconsciente é traiçoeiro e nos faz criar às condições para incessantes repetições. Repetimos sem perceber situações do passado na tentativa da elaboração da dor.
Então presos na repetição destruímos novos relacionamentos por causa das dores do passado. Surtamos de ciúmes porque um dia fomos traídos. Perdemos a capacidade de confiar, adoecemos, brigamos, sofremos de insegurança, viramos canalhas porque um dia alguém foi canalha com a gente. Nos desiludimos, iludimos e demoramos muito tempo para construir expectativas reais, leais e possíveis. Impomos feridas porque fomos feridos. Queremos que o relacionamento atual pague a conta dos antigos.
O psiquismo é ardiloso, mas visa a saúde mental. Não permite que dores e traumas sejam engavetados sem elaboração, resolução do conflito. Cedo ou tarde o que você colocou para baixo do tapete, vem à tona. Se a paralisia afetiva e a recusa em se relacionar for a saída, o corpo adoece a depressão acomete. A conta vem, quer queira, quer não.
Recordar, repetir para elaborar, ensinou o mestre Sigmund Freud. Mudam os atores e repetem-se as cenas traumáticas. 
A sucessão de relacionamentos amorosos ruins, o dedo pobre que tantos lamentam, nada mais é que o compromisso do neurótico com a sua doença.
Eis a função da terapia, nos ensinar a conscientizar e identificar as repetições para que possamos elaborar e curar definitivamente nossas feridas escapando das repetições. Conscientizar as feridas é a delicada tarefa do processo terapêutico. Dói? Dói, mas liberta e te faz livre para ser autor de novas histórias, novos cenários, livres de emoções passadas. 
E não mais sujeitos de repetição, que neuróticos, adoecidos e feridos, reescrevem cegos suas dores e angustias de um passado sobre o qual já não podem mais atuar.
Então não esqueça, o dedo não é podre, você que tem medo de assumir a responsabilidade, infelicidade também é escolha. E a verdade mais difícil é que dores pessoais são intrasferíveis. Não transfira a conta das suas dores para seus amores. Eles não podem pagar essa dívida. A conta é sua, a responsabilidade também.
A trajetória é sua e o roteiro está escrito na coragem que tens para enfrentar a si mesmo, e a mais ninguém.

Andréa Beheregaray

terça-feira, 15 de maio de 2018

Sobre a dor e a raiva. ​

Eu já fui bruta tentando me defender da vida, achando que esse era o melhor jeito de seguir em frente. Eu já fui tão bruta que acabei me despedaçando no caminho. Achando que me defendia, eu na verdade me machucava e machucava os outros também. Quando doía por dentro eu era raiva por fora.
Sentir dor faz parte, doer faz arte, doer faz até amor. A dor não é uma escolha, é uma condição do caminho, tudo o que vive dói. A única escolha é o que você vai fazer com a sua dor. Você pode se acovardar, se vitimar, atacar os outros, se esconder, anestesiar sua dor, se defender dela. Você pode fechar os olhos e os ouvidos pra tudo o que acontece à sua volta e permanecer na dor ou você pode seguir em frente. A escolha é sempre nossa e conduz ao nosso destino.
Como disse Adélia Prado "Dor não tem nada a ver com amargura". Amargura é o resultado da dor que não pode ser transformada. A dor pode se tornar o combustível das mais belas mudanças.
Por muito tempo confundi dor com raiva e raiva com força, mas percebi que raiva não tem nada a ver com força. Força é consistência, solidez. Força é aprender no silêncio o tempo das coisas. É apreender o silêncio das coisas perdidas no tempo. Força é não deixar a dor virar desamor por si mesmo. Força é isso que nos faz seguir em frente e nos mantém inteiros quando todo resto insiste em desmoronar. E isso não tem nada a ver com oferecer a outra face. Oferecer a outra face, muitas vezes, nada mais é do que dirigir a raiva para si mesmo.
Eu não quero sentir mais raiva, eu quero sentir amor. Já gastei muitos anos da minha vida perdida em sentimentos tão devastadores. Não tenho medo de sentir dor, tenho medo de não sentir amor. Eu quero um amor feito de intensidades e delicadezas. Eu quero amar mesmo que doa e se doer eu quero ter a coragem de amar outra vez, e outra vez, e outra vez e outra vez mais.

Andréa Beheregaray

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Meu amor, meu cúmplice ♫

Duvidaram quando eu te encontrei, aliás, reencontrei. Pensaram que em tão pouco tempo eu não amaria mais do que já tinha amado. Mas eu sempre te amei. Sorte a minha os caminhos da vida terem te trazido de volta, bem agora, justo agora. Sorte a minha ter tido alguém pra curar minhas feridas e resgatar meus sonhos. Sorte a nossa nossos momentos terem se casado, e agora somos nós, que reafirmamos o quanto nos amamos. Que os dias difíceis sejam superados pelos de amor, e que as chuvas e tempestades apenas vinguem as sementes de tudo de bom que plantamos. Você é a minha maior esperança, sempre foi o meu melhor amigo, e será pra sempre, o amor da minha vida.

Rêe.



Essas palavras que eu escrevo, me protegem da completa loucura.