➸ Mulher Vermelha ♥

Cada vez que escrevo um bom poema é mais uma moleta que me faz seguir em frente.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Todo mundo perguntou o que, mas não o por quê.

Letras, Jornalismo, pensou em política, escolheu pelo direito. Mas sonhava com a História, com a Música - e muito raramente - com a Matemática. Ela tinha todos os sonhos do mundo guardados naquela cabeça tímida, tinha a coragem de um exército pra viver, por mais que a preguiça viesse. Se cansava das pessoas sem estímulo, sem astúcia. Como escolher direito e não amar ler? Como querer viajar sem entender a cultura do outro? Não entendia a capacidade do ser humano de se desumanizar ignorando sua racionalidade. Ela não queria ter nada, não estava ali pela casa com piscina daqui dez anos, ou ainda pelo salário de cinco mil reais  em algum escritório. Estava ali porque amava a causa humana, o ser, o dever ser. E era isso que queria, ser a menina de seus sonhos adolescentes que um dia, ou em muitos, conheceu o mundo, a vida, e o Direito de todos os povos.

Renata Oliveira

quinta-feira, 21 de maio de 2015

V O N T A D E

Ela só queria viajar, conhecer sentimentos e emoções, amar, ser amada, sentir o vento frio do inverno que chega bater em sua cara quente do verão que não quer se despedir. Ela só queria ter alguém que entendesse suas crises, sua poesia, seu amor por dormir e sua vontade de louca de viver. O mundo era pouco pra ela, o dia era curto. Não foi feita pro horário comercial, tão pouca pra ser trancada em paredes cinzas com o frio do ar condicionado. Nasceu pra viver, não pra respirar. E agora, o que mais doía dentro daquele coração era não ter alguém pra segurar sua mão e aceitar rodar a cidade, o país, o mundo. Um dia encontrou um com a mesma poesia que a dela, mas sem a coragem. No outro, encontrou quem faria dos seus dias quentes até no frio do Rússia, mas ele não queria viver. Depois, encontrou que quem queria viver, mas não podia, não via poesia. Optara, então, aquele dia que seria só ela e o resto dos dias; apesar do medo, apesar das contra-indicações, do tempo, do dinheiro, da falta de alguém. A vida não tinha mais segredos, só exigia vontade!

Renata de Oliveira

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Na vida tudo passa, não importa o que tu passa

Carpinejar disse, "tu nunca te separas, porque você cria um idioma inteiro pr'aquela pessoa." E eu precisava de uma palavra, precisava de uma frase que definisse esse momento. Você, meu querido e amado blog já deve saber que momento é esse, momento pós-torpor. A saudade bateu forte, gritou. A dor me derrubou, levou todo e qualquer sentimento. E depois desse nem tão longo sono, parece que meu coração começa a despertar. A dor que tinha de ser vivida, foi. A alegria, já não existe. Meu coração aceitou que jamais esquecerá aqueles caminhos, aqueles lençois, a escova, o sofá; meu coração aceitou que eu sou feita de tudo que já amei, de cada rua que percorri, dos amores fúteis - porém intensos - que dominam meu coração. Fui completa naquele momento, hoje já não sou mais. Mudei, meus sonhos, desejos, visões e anseios, também. Mudei, mais uma vez, que não será a ultima. Meu coração já aceitou, darling. Agora a vida precisa aceitar.

Renata Oliveira

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Conversa a dois

Fabrício: _ Tu amou muito?
Ana Carolina: _ Muito, muito, muito, e estou disposta a amar até o fim dos meus dias!
Fabrício: _ Mas tu quebra, e continua, como funciona isso? Tu não te fraturas nas separações?
Ana Carolina: _ É bom sofrer, esses sofrimentos precisam ser vividos, da dor, da perda. Perdeu alguém? Sofre! Deita no chão molhado, chora no banheiro, bebe. Eu acho que você tem que viver aquele sentimento da perda. Tem que se fuder logo.

 É por isso que amo eles ♥

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Felicidade é só questão de ser?

Sempre falaram que a unica coisa que queriam  era a felicidade dela, mas não foi isso que aprendeu. Aprendeu a lutar pelo que queria, com  a mãe; a não levar a vida tão a sério, com o pai; a usar sua inteligência da melhor maneira possível, com o irmão; e ser meiga, ainda que só um pouco; como a irmã. Mas ser feliz não entrou no check list, não virou hábito do dia a dia. Uma vivia pra servir, fazer os outros felizes e se martirizar pelas escolhas "obrigadas" que fez; outro não aceitava a vida que tinha construído e as consequências de suas - más - escolhas; quem ela mais ama, com um simples tragar, rompeu todo o seu conceito de que o que é certo, é certo; e da última, só exemplos de renúncias mal feitas, não aceitação e tristeza. De fato, ser feliz ela não tinha aprendido. E por mais que todos os conselhos fossem pra sua felicidade, eles não tinham essência, não tinham exemplo. Não estude isso porque você não vai ter sucesso, não mude de emprego porque não terá segurança, não saia no sábado a noite porque tem prova semana que vem, não namoro ele porque ele não te merece, não ande com ela, porque ela é uma fofoqueira. Ela nunca ouviu que devia seguir seu coração, seus instintos, nunca ouviu que o sorriso espontâneo valia mais que todas as lágrimas. A ensinaram assim, engole o choro, uma hora passa, uma hora você se acostuma, ninguém morre de amor, ninguém morre de vontade. Mas a verdade é que a cada dia uma esperança dentro dela morria, um sonho, uma verdade e agora a esperança lutava pra poder se libertar, como uma borboleta cega em meio a escuridão, se debatendo dia após dia, pra encontrar a luz.

Renata Oliveira

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Are you ready?


Havia perdido tudo, a fé, a esperança e o amor. Havia perdido a luz do dia, os sorrisos, o gosto que as manhãs tinham - às vezes - bom. Fez desta vez a escolha certa, mas a mais dolorida de todas. Seu coração estava como um corpo atravessado por lanças, ferido, chagado e sem previsão de cicatrizes. Havia dito não pro seu amor, pros seus desejos, pros seus anseios. Ia aprender a ser só ela e a vida, e o sol, e Deus. Acordar, agradecer, viver, ainda que mais existindo que vivendo, mas viver. Não era que ela não quisesse alguém que concedesse o ombro nos momentos frios, é que ninguém o faria sem cobranças e cada dia, a partir dali, seria uma vitória altamente dolorosa, e tudo um dia vai passar, ainda que seja depressa ou demore anos. Ninguém é incurável, nada é para sempre.


Renata Oliveira



Essas palavras que eu escrevo, me protegem da completa loucura.