➸ Mulher Vermelha ♥

Cada vez que escrevo um bom poema é mais uma moleta que me faz seguir em frente.

segunda-feira, 30 de março de 2015

No que me tornei...

Não, não sou auto-suficiente, soberana, não me acho a fodona é tão pouco deixei de me importar com a opinião das pessoas que gosto. Apenas e simplesmente, parei de depositar nos outros a minha espera pela felicidade. Foram anos acreditando que pra ser feliz precisaria ter alguém do meu lado, fazendo e me apoiando em tudo. Mas, nesses mesmos anos de crença, não foi isso que a vida me deu e ensinou. Já deixei de ir a lugares por esperar alguém, já passei noites em claro porque alguém sumiu sem mim, já vi pessoas sendo felizes pelo simples fato de ser, e eu esperando alguém pra dar a mão à felicidade comigo. Por isso, hoje meu amor faço sim o que eu quero. E isso não significa que eu seja inconsequente, irresponsável. Sei tudo que passei, sei também que meus sonhos são bem caros e vão levar de mim tudo o que eu puder dar. Então não perco mais um minuto sequer da minha humilde e clara existência. Não perderei mais tempo insistindo no caos, insistindo na turbulência, explicando passos que preciso dar. Minha felicidade hoje é questão de ser, ser comigo, ser pra mim, ser pros meus. Sem cobranças, sem loucuras, sem ciúmes. Sou feliz hoje, porque quis assim. E disso eu não abro mão, por ninguém. 


Renata Oliveira

sexta-feira, 27 de março de 2015

Não tenho a mínima noção nem qualquer certeza do que virá a partir de agora, agora, agora...

Vivo em mim a todo o instante passando pela relação ora ordinária, ora caótica da minha própria existência e co-existência nesse mundo que gira e nessa vida no chão regado de asfalto. Escrever seria como patinar com segurança num gelo fino, tocar um instrumento com a leveza de um sentimento, bater ao pano da esperança de se sobressair à própria miséria e à habilidade de se fazer miseráveis. Não existe um dia em que não sinto necessidade de mandar à vala uma quantidade enorme de julgamentos. A todo momento penso e em seguida, vem um valor, um juízo, uma sentença, um ponto de vista ou até mesmo uma “visão das coisas” invadindo o meu universo intimista e me faz ficar literalmente agarrado tentando sair dessa embaraçosa coisa que é dar conceitos e ter certeza racional para todas as coisas que podem existir no aqui e no agora. Por isso, escrever deveria ser como um jazz, não uma ciência, uma razão, uma peça da vaidade. Tathāgata! Tathāgata! Tathāgata!
Nesses momentos constantes em que a verdade se apodera do meu objetivo pontual que é bater o dedo na porra da máquina e fazer sair no papel o vômito ou o vinho do meu espírito, penso que muito das coisas que realmente podem importar nada mais são do que meros acasos em que a noção de natureza supera a de destino. Fico intrigado como alguns conseguem organizar tudo isso fora de si. Como montam coisas e ali, na matéria, dividem o que cada ser inanimado deve ter que fazer para que tudo funcione de forma mais harmônica para assim, no final das contas, para que aquilo que tinham pensado antes tenha se tornado não o desejo, mas o objeto desse desejo iniciado não se sabe quando, nem se sabe onde, mas que deixou a obscuridade da mente profunda e se deu para a razão e em seguida, serviu de ração para a própria ação.
Desisti de ficar lutando cegamente para superar o escritor morto que me motiva. Ele é como um cão que não gosta de outra coisa que não a linguiça que o serviram na casa anterior. Não há chance de aparecer outra coisa, ele não vai conseguir comer. Passei um tempo tentando negociar com esse espectro a possibilidade de superar a necessidade de ficar pensando sempre como se ele estive também pensando. É que no meu pensar, é como só fizesse razão tentar pensar como ele. Não escuto vozes, muito menos meus dedos escrevem sozinho. Sou eu, sim. Sim, sou eu quem escreve. São minhas angústias, minha falta de organização e pior, minha obrigação motoras, não sensitivas. Ele escreve ao meu lado, em uma outra máquina fora desse tempo e sem a necessidade de se transfigurar. Mas ele está ali e ali me importuna contando sua história pelo barulho das teclas batendo no metal da máquina de escrever. É terrível – não cômodo, saber que nada que eu tente, que faça, me fará conseguir criar um novo narrador, um novo mestre para o meu próprio aprendiz.
É melhor soltar o dínamo incessante de descalabros do que armazenar a vida em uma constante repetição de esquemas, fórmulas, estéticas. Ou mais: passar metade do tempo do mundo tentando lutar contra a própria flutuação dos conceitos que abarca a natureza das coisas. Umas da maneiras mais idiotas de um escritor ou melhor, do meu escritor, conseguir ficar dias ou meses paralisado é tentar começar criando personagens, cenas, motivações. Ele não sabe nunca em qual lugar a estrada vai dar e isso por um momento, me irritou profundamente. Hoje, escolhi subir em meu esqui e deixar com que o cão me leve. Sei que é o meu peso e meus olhos que sustentam o caminho, mas a força e a motivação nunca pertenceram apenas a essa vida, afinidade, existência.
Jack Kerouac

quarta-feira, 25 de março de 2015

Na vida tudo tem seu tempo, seu valor...

A parte mais difícil, amor. Foi aceitar que você veio da mais bela forma, mas no tempo errado. Se não fosse o tempo, você teria confiado em mim; se não fosse o tempo, nós ainda estaríamos juntos. Sonhei com a casa, com a festa, com o vestido. Sonhei com nossas expressões de felicidade, com nossos convites, com nossa caminhada lado a lado de mãos dadas. Sonhei com nosso filho, com seu nascimento na mais perfeita união. Sonhei. Só que a
vida é agora, e agora não podemos ter isso. Não posso. Não posso fazer do sonho realidade sem antes de tudo lutar, lutar pelo direito de sonhar. Hoje, acordo todas as manhãs e entrego pra Deus minha vontade. Mas todo esse caminho vai depender do meu sucesso, e já não sei se ele vingará a saudade.

Renata Oliveira

segunda-feira, 23 de março de 2015

Antes eu sonhava, agora já não durmo...

Antes eu sonhava com alguém pra acordar no domingo, pra passear no parque, perder as tardes de sábado em frente a TV. Sonhava com quem fosse segurar minha mão na igreja, e no colo de quem eu ia sentar nos churrascos de família. Sonhava com as fotos, com as declarações, com a vida de quem ama o amor mais que a si. Com o amor de quem morreria pelo outro. Eu encontrei o amor, poucas e certas vezes, mas encontrei. O mal do homem é não saber lidar com essa coisa grande e delicada, esse sim que é não, e esse não que tantas vezes é sim. Encontrei o amor, mas ele não veio com o respeito, com a dedicação, com a coragem, com a luta. Eu encontrei o amor puro, louco febril. O amor que tantas vezes me deixou sem dormir, e que mesmo assim, me fez voltar pros braços dele. Mas o problema é, quando o amor não é tratado com amor, vira dor, vira mágoa, angústia. Meus amores foram embora, machucaram, doeram, foram e levaram consigo cada parte de mim que ainda acreditava na luta pelo amor verdadeiro. Não me orgulho disso, querido blog. Até porquê eu sempre fui uma apaixonada nata, e não deixei de ser, só deixei de acreditar. Cada um deles quando partiu carregou consigo uma qualidade ferida minha. O primeiro levou a coragem, o segundo a fé, o último a insistência. Hoje cá me encontro, numa tarde fria e chuvosa tratando do amor como se fosse matéria exata, como conta de mais e menos. O fato é, querido, que já não troco meu sofá no domingo a tarde por possíveis encontros e cinemas, não troco meus caminhos por alguém, não mudo a rota, não mudo o desejo, não busco mais a surpresa, não planejo mais comemorações, viagens. Eu perdi com todos eles aquilo que ainda me fazia ir em frente no amor, eu perdi a coragem, a fé e a insistência em ter e ser de alguém. É tão mais fácil ser só eu, estar na minha solidão pessoal. Não me preocupo mais se entenderam o que falei, se falei errado, se fui grossa. Não me preocupo mais em estar disponível, em superar o meu tempo pra ter espaço pro outro. Por que esperar alguém pra sair, se tenho pernas? Por que ter alguém pra planejar a vida, se tenho meios? Por que esperar por alguém, se nada é tão bom que só pode ser feito a dois? Minha cama, meus livros e meu cachorro são tão mais atraentes que esperar alguém pra viver. Difícil assumir, difícil enfrentar. Mas desisti de encontrar o amor e correr atrás dele, agora ele que me encontre.

Renata Oliveira

Just It


















Não te tocar, não pedir um abraço, não pedir ajuda, não dizer que estou ferido, que quase morri, não dizer nada, fechar os olhos, ouvir o barulho do mar, fingindo dormir, que tudo está bem, os hematomas no plexo solar, o coração rasgado, mas pra você parece estar tudo bem.
Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 20 de março de 2015

De repente, é amor.


E era de gozo, uma mentira, uma bobagem
Senti meu peito, atingido, se inflamar  
E fui gostando do sabor daquela coisa 
Viciando em cada verso que o amor veio trovar.
Mas, de repente, uma farpa meio intrusa Veio cegar minha emoção de suspirar Se eu soubesse que o amor é coisa assim Não pegava, não bebia, não deixava embebedar ♫




Filipe Catto - Saga

quarta-feira, 18 de março de 2015

Eu escolhi a justiça,

"Teu dever é lutar pelo Direito, mas se um dia encontrares o Direito em conflito com a Justiça, lute pela Justiça!"
Eduardo Juan Couture
Eu escolhi a Justiça, por mim, pela minha família, pelo meu país. Escolhi o saber e o poder, a ação, a luta. Escolhi o caminho mais difícil, a estrada mais árdua, porque o amor nunca é fácil. E meu coração arde pela Justiça, pelo Direito, pela Paz.

Renata Oliveira

segunda-feira, 16 de março de 2015

"Me banhar nas águas sagradas do mar..."

"A areia é cor de mel quando amanhece. E a cor de mel me faz feliz!"

Quando aquele mar transparente, quase gélido me tocou, soube que tinha que agradecer ainda mais minha existência. Meu Deus, obrigada por aquele momento, obrigada por me renovar na hora certa e por fazer as coisas no Seu determinado tempo. És infinitamente maior que meus sonhos e meus anseios, e és o único capaz de revigorar minhas forças pra uma nova luta. Me trouxestes até aqui, me fez forte, me fez capaz e agora só te peço mais um ano de coragem pra alcançar tudo que está escrito. Pois este, é só o começo as vitórias.

Renata Oliveira



Essas palavras que eu escrevo, me protegem da completa loucura.