➸ Mulher Vermelha ♥

Cada vez que escrevo um bom poema é mais uma moleta que me faz seguir em frente.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

tudo

Eu não pensei que 2020 ia doer do jeito que doeu, mas também não pensei que ia me ensinar tanta coisa. Não pensei que eu ia deixar ir quem muito amei, que ia me afastar daquilo que traz mais alegria pro coração. Não pensei que ia falar tudo que um dia guardei tão trancado em minhas caixinhas. Não pensei que fosse crescer na marra. Fico feliz porque, embora cansada e doída, me sinto aliviada. Algumas dores doem de uma vez pra não doer nunca mais. E eu espero que o nunca mais muito coisas tenha chegado.

ror.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Over time

I passed over time thinking that the big mistake was about me. The abusive relationship star when you can’t say anything. I feel all the feeling in myself, I could fly, sing, talk with everyone. But, when he wanted, he was there. The worst part about it is that: sometimes you think that it’s passed, better times coming in. But, when you realized that’s all the same way, it’s hurts. Always hurts. 


Ro.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

"Quem segura o dia de amanhã na mão?"

Não sei. Tem dia que eu acordo sorrindo e vou dormir com minhas lágrimas silenciosas. Tem dia que eu desejo colocar cada página desse diário no livro. Tem dia que eu só quero caminhar pra longe. Mas talvez, o que 1/4 de século tenha me trazido, apesar do que todos dizem, é o autoconhecimento. Eu sei quem eu fui, quem sou e quem quero ser. Eu sei dos meus erros e tenho trabalhado nisso. Sei mais ainda de todas as minhas qualidades. Sei dos meus projetos, dos caminhos que preciso percorrer, dos tombos que a vida pode dar. Talvez por isso, também, eu tenha diminuído meus passeios aqui darling. Prefiro calar, calar até daqueles que estão ao meu lado, para que nenhum sonho seja abortado antes mesmo de eu ter sonhado um pouco. Eu já quis tanto e a realidade foi tão seca. Eu já amei tanto e tudo que recebi foram palavras duras, ciúmes, agressão. Eu já fiz tanto, e tudo que enxergam são meus erros. A Renata de 25 enxerga o quanto a Renata de 15 era tola, o quanto a de 18 foi impulsiva, e o quanto a de 21 foi crente e agora, só deseja ser ela. Renascer de novo, conhecer os 26 estados brasileiros, os 5 continentes, falar 5 línguas. Ninguém e nenhuma circunstância merece o meu desespero, o meu desgaste o meu torpor. Seguirei.



Renata Oliveira


quarta-feira, 8 de julho de 2020

Torpor

Em algum momento destes escritos eu já devo ter mencionado o estado de torpor. Não sabia que ele teria níveis mais profundos. Muito menos que eu estaria nele agora. Não sentir nada: não sentir paz, não sentir vontade, não me sentir mulher, não sentir desejo, não sentir anseios, não esperar, não querer, não amar, não nada. 111 dias em isolamento, sem meus hábitos, meus sonhos, minhas fugas. 111 dias convivendo comigo e com minha família. 111 dias de uma consciência que eu preferia não ter. Os filmes não fazem mais sentido, os livros não só me trazem emoções que quero evitar, as distrações frívolas e fúteis que dão sentido aos dias de luta não existem. Os dias de luta se tornaram a glória do isolamento. Sentir vontade de apenas respirar é um sinal do cão preto voltando, que é a única coisa da qual quero distância. Dizem que não criar expectativas é a melhor forma de viver. Mas como viver sem esperar algo? 

.ro

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Dolce far niente

A quarentena me desaguou. Eu vi meus maiores defeitos florescerem e meus maiores medos surgirem. Já fazia anos que não vivia uma crise dessas, e só eu sei que estive a ponto de perder tudo que conquistei. A parte mais difícil foi abrir mão dos meus planos, do caminhar constante e contínuo dos meus sonhos, aceitar que as vezes as coisas saem do nosso controle. Do meu controle. 2019 meu trouxe o domínio do corpo e da mente, das metas, de todas as áreas da minha vida. Parei de beber, parei de sair, estudei como nunca. E então 2020 chegou e compulsivamente me fez sair da gerência dos meus dias, percebi que posso estar pronta pra trilhar outra carreira, pra não ter filhos e até pra sair do país. 2020 me deu o tempo que eu precisava pra estudar, refletir e aprender o prazer de não fazer nada. Mesmo que a cada dia eu lute incansavelmente contra minha ansiedade e essa vontade impulsiva de tornar cada segundo da minha vida produtivos, mesmo sabendo que desligar e desfrutar do nada pode salvar minha mente de outro colapso, eu me forço a exercitar o dolce far niente. E seguirei tentando até domina-la.


ro.

sábado, 30 de maio de 2020

Meu amor,

Diadorim, meu amor…”, como é que eu podia dizer aquilo? Como é que o amor desponta? O coração cresce de todo lado. Diadorim tomou conta de mim, de repente eu estava gostando dele num descomum, gostando ainda mais do que antes, com meu coração aos pés. E dele o tempo todo eu tinha gostando. Amor que amei e daí então acreditei. Diadorim deixou de ser nome e virou sentimento meu. Aquilo me transformava, me fazia crescer de um modo que doía e prazia… naquela hora se eu pudesse morrer não me importava. Amor desses cresce primeiro, brota é depois. No fim de tanta exaltação, meu amor inchou de empapar todas as folhagens e eu ambicionando de pegar em Diadorim, de carregar Diadorim em meus braços, beijar as muitas, demais e vezes, sempre. Eu abracei Diadorim com as asas de todos os pássaros. Diadorim é minha neblina. Amor é a gente querendo achar o que é da gente. 

Guimarães Rosa 

terça-feira, 19 de maio de 2020

fucking days

E se eu tiver que sacrificar minha paz pra alcançar meus objetivos? Essa era a pergunta que eu não queria fazer a mim mesma, que estava guardada. Mas ela saiu, e agora acho que voltar não é uma opção. Ultimamente tudo que valorizo são dias tranquilos, noites aproveitáveis e conversas em timbre baixo. O que é bem diferente de tudo que almejei, da profissão que escolhi, dos caminhos que a vida me deu. Hoje começa uma nova era, e a Mulher Vermelha será obrigada a se apresentar. Talvez eu não estivesse preparada pra isso. Mas chegou a hora. Sempre acreditei que Deus não confia algo que não somos capazes de realizar, sempre acreditei que Ele capacita aqueles que são escolhidos. O sempre tem entrado em dúvida, e se eu só consegui por que sempre acreditei que fosse capaz? São dias nebulosos. Fucking cloudy days.

ro.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

eu ainda quero,

eu ainda quero um amor bom.
o amor é capaz de vencer tudo. mas o tempo é a única coisa capaz de vencer o amor, e ter um amor que sobreviva ao tempo, para mim, é a melhor coisa que pode existir.
eu quero alguém que respeite meu passado, entenda meu presente, e queira um futuro comigo. não quero que minhas dores e cicatrizes sejam um fardo no relacionamento, quero poder ser eu mesmo e assumir minha vulnerabilidade diante dessa pessoa. quero tirar as máscaras, quero tirar as armaduras, quero falar o que eu penso, fazer o que eu quero, e quero que me amem por isso.
quero alguém que entenda o significado de ser conjunto sem deixar de ser singular.
alguém que me olhe e enxergue em mim algo que ninguém nunca enxergou. quero alguém que fique, pela primeira vez, pela última vez.
eu não quero mais lidar com esses joguinhos de indiferença, não quero mais ter orgulho, não quero mais ter vaidade. não quero disputar para ver qual cérebro é mais inteligente nesse jogo do amor, enquanto corações pedem um pelo outro.
quero alguém para fazer tudo que eu sempre quis. viajar juntos, planejar os móveis da nossa casa, discutir de qual cor vamos pintar as paredes, quero ir ao shopping de mãos dadas, quero o beijo no cinema antes do filme começar, quero uma tarde de filmes na netflix, mesmo que a gente assista só os 10 primeiros minutos. quero conhecer novos lugares ao lado de alguém, fazer planos, fazer promessas, fazer juras de amor olhando um no olho do outro depois do sexo.
quero alguém que me deixe ser eu mesmo, porque isso é o que conta. qual a graça de conseguir um amor mas perder a coisa mais importante no trajeto?
eu mesmo.
quero amar alguém de uma maneira crescente todos os dias da minha vida,
até o final da minha vida.
o amor continua existindo,
para mim,
para você,
para nós.
tomara que todos nós tenhamos a sorte de um amor bom antes de partir.
nesse mundo caótico nos dias de hoje, que saibamos ter sabedoria para transformar caos em cais.
a gente cresceu navegando em águas perigosas, crescemos entre tempestades, chegamos até aqui achando que o amor era nosso colete salva-vidas quando o barco virasse...
mas meu bem,
o amor é o mar!

@whsallas on instagram

quinta-feira, 14 de maio de 2020

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Capítulo 5 - A Mulher Vermelha

Eu pensei que sabia quem era a Mulher Vermelha, ou ao menos que sabia quem eu queria que ela fosse. Ai veio a vida e me trouxe outra de suas verdades duras: o auto-conhecimento é contínuo e permanente, um eterno processo. Você nunca terá certeza de quem você é, até que seja. Eu não sabia que aquela garota com tendências viciosas e com uma vontade de amar ingênua seria tão corajosa, que ela encararia suas fraquezas, suas tormentas, que ela seguiria seus impulsos e arcaria com todas as consequências. Mais ainda, eu não sabia que ela seria tão sábia, tão consciente dos momentos e tão disposta a mudar, a se reinventar. Seu nome nunca fez tanto sentido. O copo de whisky, o sexo, a vontade de fumar um cigarro ou dois de vez em quando ainda existem, mas ela resiste. Ela compreendeu a linha tênue entre o querer e o dever. A MV de hoje saúda a MV de dez anos atrás que alimentava tantos sonhos e expectativas, que agora podem ser desfrutados ou destruídos. A MV de hoje reza à Deus para ter a paciência necessária ao enfrentamento desses dias de clausura e de vontade, e que vontade. A MV de hoje entrega seu quarto de século e deseja que apenas coisas boas venham, que o vento da liberdade sopre, que os sonhos tornem-se realidade e que as dificuldades
sejam apenas capítulos que exigem um pouco mais de ebriedade.

ro.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Capítulo 4 - Cartas de amor

Acho que meu maior medo hoje é que a gente se perca. Que um dia eu possa estar ao seu lado e seu desejo seja outro. Que um dia você possa estar no meu colo e meu desejo seja outro. Tenho medo de nossos quereres se perderem no tempo. Da cama perder o gosto, da vontade perder a vontade. Eu queria estar aí pra gente ficar igual antes, você com a mão no meu peito e eu querendo dormir. Qualquer coisa de fundo, uma macarrão improvisado, nosso amor sempre tão inexplicável. A real é que eu to com saudade e lutando contra minha razão. Eu to com vontade de largar tudo pra te amar, mas com medo de você me esquecer. Meu Deus, o que tem sido esses dias? Meu corpo não aguenta, minha alma tampouco. Quais foram as nossas escolhas? Meu amor, que saudade, que vontade. Te guarda, me guarda.

rêe.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Capítulo 3 - O Processo

Tudo começou quando colocaram em cheque a minha sanidade, o que eu sou dentro da minha sobriedade e dos meus sentimentos mais puros e instintivos. Eu decidi que todos veriam que meus prazeres não eram impasse aos meus objetivos. Eu podia trabalhar, guardar dinheiro, planejar uma viagem, estudar e me formar com mérito. A clareza dos meus objetivos, e talvez o ódio por ser subjugada aos meus hormônios e ao álcool me mostraram o poder da determinação. Eu segui. Primeiro me livrei de qualquer interferência nos meus sentimentos, qualquer coisa que alterasse a minha percepção quanto aos fatos como eles realmente são. Embora já soubesse que percebo as coisas como elas são, algumas pessoas, principalmente os homens, só acreditam na sua opinião quando tem provas. Afinal, a opinião de uma mulher não ter qualquer fundamento lógico ou empírico, tudo é hipocrisia. Apesar das razões, e das dores que vieram, foi uma das melhores escolhas que fiz. Depois eu abri mão do álcool que deixava meu coração quente quando algo dava errado, eu precisava chorar aquelas lágrimas sabendo o motivo de cada uma delas. Não era a sensibilidade aflorada pelo nível alcoólico no sangue, era dor de saber que somente eu entenderia o quanto estava machucada, envergonhada e sem coragem de ir embora. Abrir mão do que deixava o mundo cor de rosa me fez lidar com ele, e valorizar ainda mais o vinho. Não foi um ano fácil, foi doloroso e solitário, cheio de uma angústia que se tornou aceitação. No final, só percebi que o problema não estava aqui, eu fiz questão de me livrar de todos os pontos supostamente negativos e interferências na minha opinião, mas os defeitos continuaram a existir, a raiva, as dores, a vontade de partir. A moral é que não vale a pena depositar as expectativas em algo, em algum dia, e esperar apenas o melhor das pessoas. Porque elas sempre vão te decepcionar e seu dia sempre pode mudar, então aprecie as pequenas alegrias da vida adulta. 

.ro

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Capítulo 2 - Não crie expectativas, crie porcos

Eu só queria que fosse leve. Leve como um dia de sol acompanhado de uma Stella gelada. Com bom dias sem expectativas e silêncios que não incomodam. Sem preocupações com eventuais desconfortos familiares ou caras de reprovação. Leve como a opinião que eu carrego dentro do peito, que não quer convencer ninguém, só ser livre. Leve como a caneta que suporta todos os meus desabafos, mas segue fiel. Leve como uma conversa que leva à ebriedade do álcool e do amor, juntos. Eu não queria, ainda quero, só não sei se somos capazes disso.

r.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Capítulo 1 - Escrevo como quem manda cartas de amor

Ele sempre me deu vontade de escrever, sempre fez meu corpo tremer, também. Ele da sentido pras vírgulas neste processo, pros parênteses, os colchetes entre uma crise e outra. Talvez essa seja a função de um alicerce, de um amor que independente dos fatores externos, estará ali. Entender que amor não é a maior dor do mundo, mas pode curar as outras dores. Pode ser parceiro nos momentos de confusão, pode ajudar a superar aquela família difícil, as frustrações da idade, a falta de dinheiro. Amor resiste a tudo porque é livre de condições, de esperar, é altruísta, é o sentido de deixar ir e saber que sempre pode voltar. É entender que o caminho teve suas estradas diferentes, turbulentas, as vezes alagadas ou cheia de pedras, mas com a vontade do encontro elas se cruzam novamente. Amor é entender que as palavras servem pra deixar esse sentimento que pulsa guardadas no tempo, que a gente vai lembrar em breve, que a gente vai re-amar de novo. O amor pode até ter trazido algumas dores, mas ele trouxe a maior paz, você.

r.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

2020


O que 2019 me trouxe? Realização. A realização de um lindo sonho e também de outros menores. Eu casei em baixo do pé de manga e na igreja. Nós pulamos de paraquedas e viajamos razoavelmente. Comemos em bons restaurantes e eu aprendi que água com limão é tão bom quanto cerveja. Eu me formei e minha OAB está nas mãos. Eu trabalhei bastante e encontrei o que eu quero fazer pro resto da minha vida. 2019 me fez enxergar que posso realizar sonhos e que com fé e trabalho dobrado as metas do papel tornam-se realidade. Eu aprendi a economizar e viver com meu salário, acho que vencemos o tal do consumismo. Conheci outro conceito que me apeteceu mais, minimalista, talvez. Tracei planos concretos pelos quais a luta começa daqui a algumas horas. Aprendi a escrever no meu papel com o gosto da vitória que isso tem. Aprendi que eu preciso recuperar aquela Renata de 15 anos: cheia de poesia, de música, de tesao. A rotina não me venceu em 2019 e eu fui feliz demais, mesmo com algumas dores pelo caminho. Eu entendi através da sobriedade a frase “ficamos mais lúcidos quando nos livramos de nossas paixões”, mas também compreendi que elas são necessárias pra dar cor à vida. Que venha 2020! 


.ror



Essas palavras que eu escrevo, me protegem da completa loucura.