Transições nunca foram meu forte, ainda mais sob intensa
pressão. O tempo falou mais alto e meu corpo teve que acatar, minha mente teve
que aceitar. Aprender a enfrentar as
consequências, aprender a encarar de frente o que escolhi, aprender a não
silenciar diante do desespero, a não deixar que fizessem as escolhas por mim.
Pensei não precisar mais passar por essa dor. Mas eu escolhi isso, eu acreditei
que ainda pudesse existir o “move on”. A verdade é que sempre fui covarde,
sempre me recusei a viver, sempre mudei pra que a minha verdade absoluta não
fosse exposta. Eu quis não acreditar em mim, não acreditar nos meus sonhos. Eu
quis ser alguém que não cabe nesse corpo e nessa alma. Eu quis ser, o que
jamais seria. Há mais que uma simples vida rotineira aqui dentro. Há amor,
paixão, poesia, música. Há a vontade imensurável de viver e conhecer cada canto
desse mundo. O desejo de segurar sua mão e fugir, e sonhar, e viver. Uma
vontade tão grande, que preferi não alimentar, que preferi deixar dormir pra
não ferir meu coração. Hoje todos os sonhos que um dia eu guardei, me
acordaram. E tudo que um dia quis evitar, topou comigo de frente. Vai, Renata!
Vai em busca do seu sorriso!
Renata Oliveira