Havia perdido tudo, a fé, a esperança e o amor. Havia perdido a luz do dia, os sorrisos, o gosto que as manhãs tinham - às vezes - bom. Fez desta vez a escolha certa, mas a mais dolorida de todas. Seu coração estava como um corpo atravessado por lanças, ferido, chagado e sem previsão de cicatrizes. Havia dito não pro seu amor, pros seus desejos, pros seus anseios. Ia aprender a ser só ela e a vida, e o sol, e Deus. Acordar, agradecer, viver, ainda que mais existindo que vivendo, mas viver. Não era que ela não quisesse alguém que concedesse o ombro nos momentos frios, é que ninguém o faria sem cobranças e cada dia, a partir dali, seria uma vitória altamente dolorosa, e tudo um dia vai passar, ainda que seja depressa ou demore anos. Ninguém é incurável, nada é para sempre.
Renata Oliveira
"Ninguém é incurável, nada é para sempre"
ResponderExcluirGuardei bem essa última frase.