➸ Mulher Vermelha ♥

Cada vez que escrevo um bom poema é mais uma moleta que me faz seguir em frente.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria...

Meu problema sempre foi querer ações, o dele, nunca entender as minhas ações e só prestar atenção nas palavras. Eu dizia que não com a língua, e que sim com os lábios no dele. Eu dizia que tinha ido, estando ao lado. Eu dizia que o fim já tinha passado, abraçada aos seus braços. Ele preferiu me ouvir, não me ver. Ele preferiu desconfiar de mim, e não olhar o quanto eu era leal. Ele preferiu questionar enquanto eu montava álbuns, planejava viagens e pensava no nome do nosso cachorro. Ele preferiu me julgar, enquanto eu esquecia nosso passado. Ele preferiu me ofender, enquanto eu só quis amar. Até que um dia eu preferi estar comigo, preferi me amar, e preferi organizar meu futuro. E ele, mais uma vez, entendeu  minha paz como agressão e me magoou. Aguentei muitas mágoas, de muitas pessoas. Aguentei decepções incontornáveis, das quais nem me lembro mais. E sei que ainda não passei minhas maiores dores, que não perdi minha mãe e que um filho ainda não me decepcionou. Mas como disse Débora Diniz: "a dor do outro não é a minha dor", e eu não posso entender o que ele acha, e ele jamais vai entender meu coração partido. Por isso, quando escrevo, digo adeus a algumas lágrimas (das muitas que virão) e aceito a dor lentamente, a espera do dia em que ela pare de doer. Eu te amei, ainda amo. O amor é engraçado, é dolorido, é sofrido. Mas foi eterno enquanto durou.  

Renata Oliveira 

domingo, 13 de dezembro de 2015

To forget...

Aceitar o que escolhi, engolir meu choro entre sorrisos e entender que nem todo mundo entende o respeito da mesma forma. Como diria Doctor House: as pessoas nunca mudam. E não seria agora. Criar tudo, menos esperança. O tempo vai levar a mágoa, vai secar as lágrimas, e vai curar a ferida que tanto foi reaberta. Seguir em frente é o segundo passo de tudo isso, gastar o choro, as noites em claro, esquecer os sonhos. Os dias têm sido difíceis, mas a fé de que o sol vai abrir e o tempo melhorar é maior. 

Renata Oliveira

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Sou minha!


Não é porque um dia eu sonhei em usar um vestido branco de princesa, que você vai voltar. Não é porque eu sonhei nossa casa, mobiliei tudo na memória, que dormiremos sob aquele teto. Não é porque estás nas minhas roupas, no porta retrato, no álbum, no celular, no meu ser, que você continuará aqui. Bem sonhei que meus pequenos atos de amor te contagiassem, que meus bilhetes, minha insistência em fazer planos, em sonhar grande algo te fizesse ser diferente. Mas no final, eu que mudei. A menina que sonhava já estar casada, a menina que sonhava com o bebê nascendo dentro daquela casa, a menina que desejou ser sua mulher, foi embora. Ainda é difícil ver essas coisas na vida de outras e pensar que meu sonho mais bonito, o de ser família, tenha sido desfeito. Ainda é complicado encarar que amar alguém, e ter filhos e um São Bernardo sob o edredom não vai se concretizar tão rápido. A saudade é traiçoeira, mas ainda meu amor por você. Matei meus sonhos pelo sonho de ter sido sua, agora estou aprendendo a sonhar comigo.

Renata Oliveira

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Box

A decisão de voltar a escrever é difícil, ainda mais agora depois de tantas coisas. A técnica de deixar os sentimentos guardados dentro da caixa funciona bem, mas dói demasiadamente. Decidi voltar aqui pra ver se melhora a sensação de fracasso, de falha, de dor. São tantas coisas que passam por essa cabeça e por esse coração chagado que guardar talvez seja o mais certo, ignorar talvez seja o mais correto. Mas depois do ataque nervoso e de uma nova doença, meu corpo insiste em me mostrar que talvez não seja tão certo, talvez eu deva falar. Só tem um problema, palavras não voltam. Quando tudo o que eu sinto ta guardado dentro da caixa, é fácil, eu penso em outra coisa e a dor vai passear. Mas e quando eu já falei? E quando eu  já escrevi e ela permanece? Ou só muda de roupa? Só isso já me assusta, milhões de coisas pra dizer, ninguém pra ouvir. Na dúvida, eu voltei.

Renata Oliveira



Essas palavras que eu escrevo, me protegem da completa loucura.