Nossa relação em algum momento se perdeu, mas de algum modo sempre existiu. Você me apresentou o amor ao cinema e aos parques de diversão, você me ensinou o por quê de balões com gás Hélio serem tão divertidos. Você foi distante, não foi amigo, mas sempre foi meu pai. Pai é uma palavra tão difícil de dizer, velho. Às vezes dói muito ver tudo o que você fez e deixou de fazer, às vezes me fere e me dá saudade. Mas eu te perdôo, eu entendo o limite do seu amor, eu entendo o seu amor. Não me importa mais se você não sabe a data do meu aniversário ou minha refeição predileta, só me importa que você viva sua vida em paz e que meus filhos possam aproveitar o avó, tão excêntrico, que eles têm. Eu te desculpo pelos presentes perdidos e pelas declarações menosprezadas, apesar de ainda latejarem aqui, mas acima disso eu sinto amor. Eu queria poder mudar sua história e acrescentar nos seus dias, na sua infância, no homem que você se tornou um pouco de amor. Eu adoraria que você entendesse o quanto eu te amo. Eu posso ter medo de te chamar de pai, eu posso esconder toda minha saudade no “velho”, mas eu te amo mais que o mundo, e pra sempre eu vou lembrar das nossas tardes de sábado com lanche e brincadeiras. Você me fez uma criança feliz, e ninguém me tira isso. Te amo.
Sua filha,
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Manifestos