Ausência daquilo capaz de reger as reações, as escolhas felizes, a poesia que circula na veia. A ausência também dói, não mais que a agonia de ter e de conviver com ela, mas faz falta. A indiferença é algo que incomoda. E falta, falta muito a alma, aqui em nós, nas nossas ações. Falta sinceridade de querer; falta o querer, o desejar. A vontade; a agonia; o amor; a admiração; o prazer em ter vida, e de seguir o caminho. Nem mais os sorrisos ébrios, tem verdade. A vida virou uma escolha pelo conveniente, optei pelo que me é certo. E deixei pra trás amores, vontades, verdades. Me magoei, me arrefeci. A alma não dever ser deixada pra trás, ela faz estrago, mas a falta dela causa algo pior, frieza e desprendimento. Um desprendimento que nos torna insensível e traz independência ao mesmo tempo, que nos faz viver bem mas sem felicidade. Nos dá tranqüilidade, paciência e conformismo. Pois nada muda, nada evolui, nada melhora e tão pouco piora. Ter essa indiferença significa se acomodar, com a rotina pérfidia e os sórdidos costumes inventados. A falta de coração nos traz uma auto-suficiência necessária para viver sem transtornos, uma suficiência que afoga mas não satisfaz..
Renata Oliveira
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