E eu quis tanto a felicidade. Conhecê-la de uma forma diferente, conquistada, e não pronta como minha mãe me entregou.
Eu desejei enormemente fazer o que eu gosto, comer o que eu gosto e estar com quem eu gosto.
Eu tracei metas, prometi me fazer feliz.
Foram semanas de êxtase aquelas em que pude fantasiar, e desejar amanhecer todos os dias com a bela sensação do inesgotável.
Demorou, sim, demorou.
A razão veio bater na minha porta, a razão ou Deus, não sei, assim como não sei o que me espera.
E eu enxerguei o preço da felicidade, as consequências duras e frias que ela pode me trazer a longo prazo.
E eu abri mão da felicidade.
Eu até desejo, eu até tento buscar, mas para quê ? Para sofrer depois? Para carregar mais uma frustração grave ?
Me desculpe futuro, me desculpe meus filhos que ainda não nasceram e amigos que passarão 8h comigo em um escritório, mas eu deixei a felicidade guardada naquele envelope
com o nome dele, com meu nome.
Creio que foi a coisa mais difícil, me dar conta disso. E a outra mais dificil, é manter-me aqui.
Com o certo.
Não virão rompantes extenuantes de felicidade, não haverá mais promessas.
A felicidade será conquistada, ou tida apenas como o conforto do sentimento.
Prefiro não ser feliz, do que ser amargurada.
Renata Oliveira
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