A parte mais difícil deste último ano foi aceitar que eu precisava de ajuda, aceitar que minha ansiedade e minha impaciência eram problemas, que a maneira como eu lido com o mundo pode não ser a mais correta, ou sábia. Eu demorei pra ceder espaço pras minhas emoções, pra entender que eu precisava perdoar e pedir perdão. Eu demorei tanto, e só me machuquei mais. Nem sempre o perdão do outro vem ao mesmo tempo que o nosso, e eu, como não estava preparada antes pra confusão de sentimentos que havia em mim, não estava preparada agora pra frustração de perder o que mais se amava. Eu conheci o inferno. Eu vi meus sonhos morrerem. Me vi matando cada um deles. Eu abracei o Diabo e voltei. E ai, recomeçar a aceitar que eu precisava de alguém que cuidasse de mim. Ser forte, fingir ser forte, manter o controle, manter a pose de bem resolvida pra mãe, irmão, amigos. Continuar sendo inteira, mesmo despedaçada por dentro. Como doeu. Mas agora, graças a Deus, tudo vai passar. Remédios, terapia, lugares novos, viagens, amor. Reaprender a viver, renascer das cinzas. Fazer jus ao meu nome.
Renata Oliveira
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