➸ Mulher Vermelha ♥

Cada vez que escrevo um bom poema é mais uma moleta que me faz seguir em frente.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Já passou,

Eu já tinha me despedido desta história a algum tempo, com força o suficiente para não me culpar e não sofrer mais do que necessário; mas ele resolveu trazê-la de volta a meus pensamentos. Por quê? Também me pergunto, mas não quero saber a resposta, não quero ter a certeza daquilo que imagino ou que quero ver. Quero continuar aqui. Foi o que eu consegui nesse período sem ele, continuar com minha vida extrema mas em perfeito equilíbrio. Não quero balançar, não quero cair agora e não mais voltar, a dor e as consequências dela acabaram comigo, me levaram ao quase morte , e, isso não é algo que eu queira reviver. Não quero um reencontro fútil e frustrante. Li em algum lugar e concordei plenamente, se o amor passa da hora de terminar magoa profundamente, mas nenhum amor consegue acabar antes, senão não é amor. É tudo tão complexo, me arrependo de ter começado isso à quase dois anos, teria me livrado de muita coisa repulsiva, teria me livrado da angustia que é me ser. Mas não, não fui forte para permanecer sozinha sem a sua apreciável presença. Tudo o que aconteceu não só me magoou, mas me machucou e cravou feridas graves e profundas em mim, me fez olhar de modo diferente tudo, me fez amar o tempo que me cicatrizou. Mas, vendo de outro modo, sem o que você me fez passar e minha completa imbecilidade em insistir em amar você, eu não seria metade de quem sou hoje. É triste, e ainda agora, ao lembrar do que perdi e de que nada ganhei, me aborreço e entristeço-me, o amor que sentia por você, em cada ato estúpido que cometestes e em cada ação que mostrava que não queria alguém como eu por perto, se transformou em algo muito pior que raiva ou ódio, se tornou algo desprezível. Nessa hora sinto repulsa do que eu sinto. Está agora, tudo estabilizado. Continuo com a vida desregrada, com as paixões físicas e sentimentais, com as amizades enlouquecedoras, continuo “aproveitando” a adolescência que me deram. Eu sinto sua falta, e a falta é a morte da esperança, porque sei que aquilo que um dia fomos, o amor que um dia vivemos, a inocência, as descobertas, a alegria sem motivo, acabou junto com a sua hipocrisia e com o meu orgulho e hoje ? Bem, não nos resta mais nada a não ser ignorar o passado e esquecê-lo, por que acabou. Só isso. Passou. Se serei capaz de superar isso ? Não sei, se serei capaz de me perdoar e de perdoar-te ? Também não sei, paguei um preço caro pelo que vivemos. Quero reencontrar-me.

Renata Oliveira

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Manifestos



Essas palavras que eu escrevo, me protegem da completa loucura.