Deitada, entorpecida, torcendo pra não ter que encarar o dia de amanhã.
Mas a madrugada já chegou e é algo inevitável. Senti hoje a raiva. A agonia de querer te degolar por causa de uma resposta.
Quero que você saiba. Não sou igual à alguém que você conhece, muito menos assim. E é essa diferença que assusta, entre eu e você.
Posso sentir raiva, angustia, agonia. Posso até pensar em te esquecer. Mas por incrível que pareça eu tenho coração. Não é por que você se torna rude que eu vou deixar de levantar todos os dias em busca de ser alguém melhor.
Desculpe por não falar isto á você. Acontece que eu falharia. Eu iria com certeza me perder ao olhar teus traços marcantes que são capazes de me alucinar.
Esta afeição chega a ser escrota. Eu tenho metas, vontades e até amor próprio. Mas o estimulo que é ter você por perto me seduz. Me faz procurar ser alguém mais inteligente, mais “por dentro”, menos hipócrita.
Tudo bem, eu ainda sou apaixonada por novelas mexicanas, mas isso não diminui meus méritos de uma adolescente psicodélica que curte Ramones.
E nem a sua falta de escrúpulos diminui você.
Alguém inteligente, culto, lindo, educado (quando se quer).
Eu amo ter alguém que diga que eu preciso melhorar. Já estou farta de gente me chamando de princesa e fazendo comentários sobre minha educação admirável.
Mal sabem estas tias que eu não curto vê-las todos os domingos.
Porém como cristã devo amar o próximo. E faço um esforço com estas tias.
Mas com você é espontâneo.
Renata Oiveira.
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