A minha esquina é meu quarto, onde tudo vem á tona.
Escrevi uma poesia por pura obrigação, leram, a minha reação deve ter sido de mais estupefação do que a da pessoa.
Pois é, eu usei as minhas palavras e conjunções mais simples, não foi longo cada verso, não havia motivo para alguém se surpreender, já fiz textos mais bonitos e dedicados com mais fervor, aquele estava tão pueril. E surpreendeu.
Acho que sei o motivo desta estupefação alheia, o sentimento era verdadeiro e era visível isto.
Visível demais.
São poucos os que realmente entendem tal sentimento, são poucos o que sabem o que aquilo significa, e quando por um enorme acaso encontram alguém que saiba expressar todo aquele alvoroço interno, se surpreende, ficam pasmados.
Isso acontece comigo também, não sei como Shakespeare tem a capacidade de se expressar de tal forma, com tamanha verdade, sinceridade e realidade. Ele junta tudo, o amor, o medo, o ódio, e faz a melhor das poesias. A melhor.
Eu não me encontro em tal patamar, nem o almejo, sei que só os (extremamente) excepcionais conseguem, deixo esta responsabilidade para os que querem.
Fico aqui, com minhas palavras desconexas que nem sempre me expressam, mas que nessas faltas de explicações, explicam tudo. Nestas noites insones, nesta esquina fria e medonha, eu fico as minhas palavras, as minhas melhores amigas.
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